“Militia est vita hominis
super terram”.
“De cetero fratres confortamini in Domino et in potentia
virtutis eius induite vos arma Dei ut possitis stare adversus insidias diaboli
quia non est nobis conluctatio adversus carnem et saguinem sed adversus
principes et potestates adversus mundi rectores tenebrarum harum contra
spiritalia nequitiae in caelestibus propterea accipite armaturam Dei ut
possitis resistere in die malo et omnibus perfectis stare state ergo succincti
lumbos vestros in veritate et induti loricam iustitiae et calciati pedes in
praeparatione evangelii pacis in omnibus sumentes scutm fidei in quo possitis
omnia tela nequissimi ignea extinguere et galeam salutis adsumite et gladium
Spiritus quod est verbum Dei per omnem orationem et obsecrationem orantes omni
tempore in Spiritu et in ipso vigilantes in omni instantia et obsecratione pro
omnibus sanctis”.
A finalidade da luta é a vitória,
nada mais evidente, porém, quando se trata do fim último sobrenatural da vida,
devemos entender com clareza de que vitória se trata.
É sabido que os católicos devemos
lutar, mas quando pensamos que a luta basta, quando pensamos que a mera
participação na batalha já nos justifica perante o cumprimento do dever,
erramos. A forma de lutar também é importante, bem como a disposição com a qual
se luta. Uma dessas disposições que devemos ter ao lutar é o desejo de alcançar
de fato a vitória, não se deve lutar
apenas para poder dizer à própria consciência: “Ao menos tentei!”
O campo de batalha mais imediato é o
próprio coração, no qual se devem vencer os vícios, as más inclinações e tudo o
que nos afasta de Deus, e assim acabamos por ser vitoriosos em nosso interior,
vitória essa profundamente unida com a Graça Divina. Mas também há a família e
a sociedade como um todo, e o amor nos leva a querer vencer também aí, não para
nós, mas para Deus, a quem devem ser dadas toda a honra e toda a glória.
É importante destacar que a vitória
cabe a Deus e que não podemos ter a garantia de vencer sempre, no entanto
sempre somos obrigados a lutar e a lutar para vencer. Se a derrota não se deveu
à nossa negligência, ainda saímos vitoriosos, pois cumprimos o nosso dever. O
que não podemos é lutar por lutar, lutar sem esperança, sem confiança, não
podemos lutar com a certeza da derrota. Isso não podemos! Assim como a vitória
cabe a Deus, a nós cabe a confiança e a esperança. Além do mais, Deus sempre é
vitorioso, se estamos ao Seu lado todas as derrotas são mera aparência, pois
tudo concorre para o bem dos que amam a Deus (Epístola aos Romanos 8,28).
O que devemos visar com a vitória? A
glória de Deus, a salvação das almas. E se perdermos? Deus é glorificado pelo
cumprimento do dever, que santifica aqueles que lutam. E como vencemos?
Principalmente pela oração, é o que nos ensina o princípio da superioridade da
vida contemplativa sobre a vida ativa, conforme brilhantemente explicado no
livro “A Alma de Todo Apostolado”. Quais são as oportunidades de vencer?
Inúmeras: um gesto de paciência, um ato de caridade, o esforço de rezar um
rosário, uma penitência, o combate a um mal pensamento, em tudo isso há luta e
pode haver muitas vitórias com a Graça de Deus. Tais vitórias na vida
espiritual interior e individual contribuirão mais do que se imagina para as
vitórias no âmbito social, e tais êxitos devem sempre confluir para a vitória
do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A oração é a principal causa
eficiente das vitórias católicas, pois através dela Deus age e nos ajuda a
agir; tal ensinamento é seguro, posto que ensinado, vivido e comprovado pela
prática constante da Igreja.
Que
Deus nos proporcione a graça de uma sábia disposição para a luta, pois a índole
sobrenaturalmente triunfalista é própria dos bons católicos. Salve Maria! Viva
Cristo Rei! Sempre!