Por Uma Intelectualidade Cristã!







terça-feira, 25 de dezembro de 2018

PORQUE ELE É DEUS!


           Nosso Senhor Jesus Cristo é Deus! Essa é a verdade que devemos repetir sem cessar contra os arianos do momento e do passado; contra os que querem reduzi-lo a um simples sábio. Essa é a verdade que devemos repetir aos esquecidos, aos desatentos, aos negligentes desconhecedores da própria Fé.
            Todo pecado merece um castigo. Quanto maior o pecado maior deve ser o castigo. Quanto maior a dignidade do ofendido maior é a culpa. Ao pecar o homem ofende a própria Bondade; a própria Pureza; a própria Sabedoria. Sendo assim, o pecado tem algo de infinito e só poderia ser pago por alguém que tivesse méritos infinitos. Ora, nenhum homem pode ter méritos infinitos; os méritos somados de todos os homens existentes, que existiram e que existirão não podem ser infinitos. Só os méritos de Deus podem ser infinitos. Era preciso reunir num só ser a natureza humana e a natureza divina. Então Deus se fez homem. A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (o Filho) encarnou-se no seio puríssimo de Maria. Sendo homem pôde então sofrer; pagar o castigo que era merecido por nós e que não poderíamos pagar jamais. Sendo homem pôde então morrer na cruz para realizar a redenção do gênero humano, e o que realizou era revestido de mérito infinito porque Ele é Deus. Perfeito Deus e perfeito Homem unidos substancialmente pela chamada união hipostática: duas naturezas (a humana e a divina); duas vontades (a humana e a divina) e uma só Pessoa (a segunda Pessoa da Santíssima Trindade: o Filho).
            “Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão fosse feito, EU SOU”. (João 8, 58).
            “Disse Deus a Moisés: ‘Eu sou o que sou’. E acrescentou: ‘Assim dirás aos filhos de Israel: ‘Aquele que é, enviou-me a vós.’” (Êxodo 3, 14). Ele é eterno, sempre existiu e sempre existirá porque Ele é Deus!
            “Jesus Cristo é o centro da história. Sentem-no e dizem-no os homens pelo simples fato de dividirem as grandes épocas da história num tempo antes de Cristo e num tempo depois de Cristo. Como Verbo do eterno Pai criou o mundo e os homens. Fez-se homem Ele próprio para, como Homem-Deus, fazer-nos participantes da sua vida divina. Esta santificação do gênero humano pelo Cristo histórico e a continuação da sua obra salvadora pelo Cristo místico, a Igreja, é a última e a mais profunda razão de toda a história.”[1] Seu nascimento divide a história em duas partes porque Ele é Deus!
            Nós ressuscitaremos por ordem sua, mas Ele ressuscitou por seu próprio poder. Porque Ele é Deus!
            Ele é Filho de Deus[2] por natureza e nós somos filhos de Deus por adoção, devido justamente à graça que Ele nos alcançou. Porque Ele é Deus!
            E o homem o que é? “porque tu és pó, e em pó te hás de tornar.” (Gênesis 3,19). “saibam os povos que são homens mortais” (Salmos 9, 21). São Luís Maria Grignion de Montfort cita em seu famoso tratado sobre a Virgem Santíssima as seguintes palavras de São Bernardo: “Cogita quid fueris, semen putridum; quid sis, vas stercorum; quid futurus sis, esca verminum”[3]. São Luís Maria Grignion de Montfort diz também no tratado: “Somos, naturalmente, mais orgulhosos que os pavões, mais apegados à terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as serpentes, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres e mais preguiçosos que as tartarugas; mais fracos que os caniços, e mais inconstantes do que um cata-vento. Tudo que temos em nosso íntimo é nada e pecado, e só merecemos a ira de Deus e o inferno eterno”. E apesar de tudo isso: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas, que tu criaste, (exclamo): Que é o homem, para te lembrares dele? Ou que é o filho do homem, para cuidares dele? Tu o fizeste pouco inferior aos anjos, de glória e de honra o coroaste; deste-lhe o mando sobre as obras das tuas mãos, sujeitaste todas as coisas debaixo de seus pés: todas as ovelhas e todos os bois e, além destes, os outros animais do campo, as aves do céu e os peixes do mar: tudo o que percorre as veredas dos oceanos. Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra! (Salmos 8, 4-10). E ainda: “Mas Deus manifesta a sua caridade para conosco, porque, quando ainda éramos pecadores, então morreu Cristo por nós.” (Romanos 5, 8).
            Ele nasceu da Santíssima e Imaculada Virgem Maria porque Ele é Deus! Feliz Natal! Porque não comemoramos hoje um nascimento comum; quem está ali no presépio é o Menino Deus! Feliz e Santo Natal a Todos!


[1] Frei Dagoberto Romag, O.F.M. Compêndio de História da Igreja. I Volume – A Antiguidade Cristã. p. 27.
[2] A Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) é um só Deus em três pessoas distintas.
[3] “Pensa no que foste: um pouco de lodo; no que és:vaso de escórias; no que serás: pasto de vermes.”

sábado, 15 de dezembro de 2018

Quem lê?


              Ouvindo um sermão de Dom Tomás de Aquino[1], deparei-me com uma indagação importante: “Quem lê? Quem entende o que leu? Quem retém o que entendeu?” são três perguntas que retratam três níveis diferentes. O primeiro nível pergunta pelos meros leitores; o segundo nível pergunta por aqueles que possuem inteligência e a aplicam para entender as coisas; o terceiro nível pergunta por aqueles que retêm na memória o que entenderam. Poderíamos acrescentar mais algumas perguntas nessa indagação: “Qual o valor daquilo que se leu?”; “O leitor colocou em prática a verdade entendida tornando-se assim mais virtuoso?” Essas indagações fazem-me lembrar da parábola do semeador, que diz que apenas a terra boa produz frutos: “A terra boa semeada é aquele que ouve a palavra e a compreende, e produz fruto...” (Mateus 13, 23).
            A leitura não é um fim em si mesmo como amiúde deixam entender certos incentivos propagandísticos a tal prática. A leitura é apenas um meio para aprender algo. E, assim como se podem aprender coisas ruins, podem-se fazer leituras ruins. Se a mera leitura fosse um fim em si mesmo, o Brasil seria um país de grandes leitores, pois não se pode negar que as pessoas lêem muito, senão vejamos: se for somado tudo o que o brasileiro médio lê por dia no WhatsApp e no Facebook quantas páginas dariam?
            Essas ferramentas da internet lançam seus usuários num ritmo alucinante no qual se passa de uma informação à outra com grande celeridade; informações desencontradas: passa-se do cômico ao urgente; do profundo ao superficial; do pessoal ao público e assim por diante. É o reino da desconcentração, da dispersão, da dissipação, da distração, do prazer instantâneo que nasce e já começa a morrer para dar lugar a um novo desejo por novidade que luta por ser satisfeito e uma vez satisfeito começa novamente a definhar para dar lugar a outro num ciclo interminável. Esse péssimo hábito, quando transposto para o universo da leitura de livros, faz com que o interesse por estes seja drasticamente diminuído, e mesmo quando se se resolve a ler um, este é logo abandonado sem ser percorrido em benefício de outro que parece ser mais interessante, este por sua vez também é abandonado e a vida real começa a se tornar o pesadelo de uma tela que rola ao sabor de dedos afoitos numa busca interminável por novidades.
            Tendo em vista, portanto, que a leitura não é um fim, mas um meio e um meio para aprender algo, devemos nos fazer a seguinte pergunta: o que devemos aprender? A resposta pode ser resumida no seguinte: devemos aprender em primeiríssimo lugar àquilo que se refere à nossa eterna salvação; devemos aprender também aquilo que se refere ao cumprimento de nossos deveres de estado[2]; o que se refere ao exercício da profissão que exercemos; e por fim o que se refere à aquisição de uma cultura elevada. Obviamente não estou advogando aqui que todos se tornem intelectuais de alto nível, mas acredito que todos, na medida de suas condições e seu estado de vida, devem buscar aprender o máximo possível, sobretudo no que toca à salvação.
            A leitura não é a única forma de aprender, aprende-se também ouvindo. No entanto há uma escassez muito grande de bons pregadores e bons professores. Quem os tem à disposição desfruta de um grande privilégio, mas quem não os tem há de necessariamente recorrer aos livros. Se nos faltam homens recorramos aos livros; se a verdade escasseia nas bocas que a busquemos nos escritos. Os livros não podem substituir os bons professores e bons pregadores, mas certamente ajudam a suprir essa premente necessidade. Para os que possuem pessoas sábias que lhes ensinem os livros serão valiosos auxiliares; para os outros restam apenas os livros, mas a ninguém falta a graça de Deus que auxilia a todos que a Ele recorrem.
            Nessa época em que o fim do ano se aproxima é um bom momento para fazermos um exame de consciência sobre o que temos lido, sobre o que temos aprendido; sobre o que guardamos em nossa memória e sobre o que temos praticado das coisas boas que aprendemos. Salve Maria!

INDICAÇÃO DE ALGUNS LIVROS

1- Catecismo de São Pio X;
2- Filoteia, São Francisco de Sales;
3-Imitação de Cristo, Tomás de Kempis;
4- A Alma de Todo Apostolado, Jean-Baptiste Chautard;
5- Confissões, Santo Agostinho;
6- Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort.
7- Do Liberalismo à Apostasia, Mons. Lefebvre.


[1] Sermão dentro da Oitava da Epifania – Dom Tomás de Aquino, OSB – 2018. (disponível no YouTube). Dom Tomás de Aquino é Prior do Mosteiro da Santa Cruz, localizado em Nova Friburgo RJ
[2] Devemos, por exemplo, aprender aquilo que nos ajuda a cumprir satisfatoriamente nossos papéis de pai e esposo ou de mãe e esposa.

domingo, 9 de dezembro de 2018

VIVA A VIRGEM IMACULADA!



         Em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição.[1] Faz parte da Revelação, portanto, o fato de que Nossa Senhora foi concebida sem pecado original. Esse dogma, como qualquer outro, não é uma invenção da Igreja, pois a Igreja ensina apenas aquilo que foi revelado por Deus.
            Nossa Senhora foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua existência, isto é, desde que começou a existir. Ela foi preservada de toda e qualquer mancha do pecado original e, além disso, nunca pecou. No seu belo cântico (Magnificat), Maria Santíssima diz: “porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo”; obviamente, ter sido preservada do pecado original foi uma dessas maravilhas. Nosso Senhor Jesus Cristo só poderia ter como mãe uma mulher completamente preservada do pecado, por isso Deus, em vista dos méritos infinitos de seu divino Filho, preservou Nossa Senhora de todo pecado.
            Há os que dizem que Nossa Senhora foi uma mulher comum, no sentido de que foi uma mulher como as outras. Os que assim pensam admitem no máximo que ela possuía um grau elevado de virtude, mas negam sua santidade (geralmente alegando que apenas Deus é Santo); negam que devemos pedir sua intercessão; negam que foi preservada do pecado original; negam que ela é a Mãe de Deus, e assim por diante. Os católicos precisamos saber como responder a essas ofensas a Nossa Senhora. Adiante dou então alguns argumentos para combater essas falsidades ditas contra a honra de Nossa Mãe, e peço a Deus que isso possa ajudar a fortalecer a fé dos fiéis e contribuir para a conversão dos que se encontram no erro. Ave Maria!
            Eva foi infiel e nos trouxe a escravidão do pecado; Maria foi completamente fiel e trouxe ao mundo o Redentor. Por uma mulher desobediente o pecado entrou no mundo; por mulher obediente o pecado foi vencido. Eva nos colocou sob a escravidão da serpente; Maria esmagou a cabeça da serpente. Por essas comparações podemos ver claramente que Maria Santíssima não é uma mulher como as outras, ela é “A Mulher” e é dessa forma que o livro de Gênesis se refere a Ela, vejamos: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3, 15).[2] Maria é a mais perfeita das criaturas, pois nenhuma outra criatura teve a honra de ser a Mãe de Deus. Por ser a Mãe de Deus ela está acima até mesmo dos anjos.
            Nossa Senhora é a Mãe de Deus. Há um falso argumento que diz: “Maria não é mãe de Deus, ela é mãe de Jesus.” Ora, Jesus é Deus, então Ela é a Mãe de Deus. Pensemos no seguinte: A mãe de uma pessoa gera apenas o corpo do seu filho, pois a alma é infundida diretamente por Deus, mas nem por isso dizemos que essa mãe é mãe do corpo de seu filho; dizemos simplesmente que é mãe de alguém. Da mesma forma, Nossa Senhora não gerou a Divindade de seu filho, pois Cristo, enquanto Deus (segunda pessoa da Santíssima Trindade), existe desde toda a eternidade; mas não se pode negar que ela é mãe de uma Pessoa, e quem é essa Pessoa? Nosso Senhor Jesus Cristo. E quem é Nosso Senhor Jesus Cristo? Ele é Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; e também é homem, pois se fez homem para nos redimir. Perfeito Deus e perfeito Homem. Pela chamada união hipostática, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade uniu em si a natureza humana e a natureza divina. Deus encarnado escolheu ser filho de Maria. Ela é honrada com o título grego “Theotokos”, isto é, Mãe de Deus. Nosso Senhor quis que Sua Mãe fosse também a nossa Mãe: “Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho.’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” (João 19, 26-27). Essa passagem nos diz bem claramente que devemos ter Nossa Senhora por mãe.
            Foi por intercessão dela que Jesus fez seu primeiro milagre nas bodas de Caná. O evangelho de João narra o acontecimento. Naquela oportunidade, Maria diz aos serventes: “Fazei o que ele vos disser”. A Virgem Santíssima sempre nos dirá para fazermos o que Jesus nos manda, é inconcebível, portanto, haver qualquer contradição entre a devoção que devemos ter à Virgem Maria e a adoração que devemos a Deus. Além disso, não podemos deixar de notar com que clareza o Evangelho nos aponta o poder de intercessão que Nossa Senhora tem diante de seu divino Filho.
            Quando Nossa Senhora visita sua prima, Santa Isabel, ocorre algo digno de nota: “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E Exclamou em alta voz: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!’” Quem meditar seriamente nessa passagem não poderá chegar a outra conclusão senão a de que as Sagradas Escrituras estabelecem firmemente a devoção à Nossa Senhora. E não é só essa passagem, mas há outras que já foram mencionadas, e outras que mencionarei adiante. Se Santa Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, honra Nossa Senhora dessa maneira, por que não faremos o mesmo? Se São João Batista, no ventre de sua mãe, estremeceu de alegria ao ouvir a voz de Nossa Senhora, por que não faremos o mesmo? No Magnificat, Nossa Senhora diz que todas as gerações a proclamarão bem-aventuradas; a Igreja manteve viva a devoção à Virgem Imaculada ao longo dos séculos. Este fato deve fortalecer nossa fé na Igreja.
            O anjo Gabriel também tributa honras a Nossa Senhora: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.” (Lucas 1, 28). Se o anjo Gabriel, seguindo ordens de Deus, tributou tais honras, por que nós não o faremos?
            As Sagradas Escrituras dizem que Nosso Senhor era obediente à sua Mãe: “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lucas 2,51). Em tudo devemos imitar Nosso Senhor, e, portanto, devemos ser obedientes a Nossa Senhora, pois ela sempre nos aproximará de seu Filho. Quem não tem Maria por mãe não pode ter a Deus por Pai, pois não é possível agradar a Deus sendo indiferente à sua Mãe Santíssima.
            E, por fim, não podemos nos esquecer de Apocalipse 12, passagem que retrata Nossa Senhora com uma coroa de doze estrelas. De fato Ela é Rainha, Rainha do Céu e da terra. E, além de tudo isso, Ela apareceu inúmeras vezes ao longo dos séculos, sempre nos lembrando dos nossos deveres e dos castigos que nos aguardam caso não os cumpramos. Os que pensam que são exageradas as honras que os devotos tributam a Maria Santíssima, que reflitam que quem a honrou primeiro foi Deus ao querer tê-la como Mãe, e saibam que nenhuma honra tributada por homens poderá jamais igualar a honra que o próprio Deus concedeu a Ela. Que reflitam também que Ela foi honrada pelo anjo Gabriel, por São João Batista, por São João Evangelista, por São Lucas, por Santa Isabel e por todos os verdadeiros cristãos que existiram e será louvada por todos os cristãos verdadeiros que hão de existir, pois como Ela mesma disse: “...me proclamarão bem aventurada todas as gerações...” (Lucas 1, 48).           


[1] Para se aprofundar no assunto leia-se a Bula “Ineffabilis Deus”.
[2] Para entender bem essa passagem pode-se ler o livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem” de São Luís Maria Grignion de Montfort.