A
finalidade da vida política é tripla: material, intelectual e espiritual. É o
que nos ensina o grande Padre Julio Meinvielle em sua obra “Concepción Católica de La Política”. O homem precisa viver em
sociedade para doar e receber os frutos que colhe nessas três áreas. A
finalidade material é a que possui menor importância, mas infelizmente, devido
ao materialismo reinante, ocupa o status mais alto. Pouco importa se um governo
promove o aborto desde que ofereça saúde de qualidade (inclusive para as
mulheres que querem abortar); pouco importa se um governo promove o casamento
gay desde que cuide das rodovias; pouco importa se um governo promove a
ideologia de gênero desde que invista em projetos sociais. E assim por diante.
O que fez periclitar o governo
petista no Brasil foi, sobretudo, a questão econômica. Para essa tacanha
mentalidade, o roubo de dinheiro público é o pecado mais grave que um governo
pode cometer. A indignação dos católicos preocupados com as questões morais não
teve grande influência nesse processo. Devemos admitir que se a economia do
Brasil estivesse em boas condições o PT teria permanecido no poder e ganharia
facilmente a eleição que se aproxima. Por incrível que pareça, o ímpeto da
militância esquerdista em atacar a moral católica é maior que ímpeto dos
católicos em defendê-la. A esquerda - é doloroso dizê-lo - é mais consciente de
que a economia não é o mais importante, pois a subjuga para melhor realizar sua
destruição no campo intelectual e espiritual.
O fato é que a vida política tem
como principal finalidade facilitar ao homem o caminho do Paraíso. É Por isso
que lutamos pelo Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. A vida política,
os políticos, as instituições devem tributar ao Rei dos reis a devida honra,
devem obedecê-lo em tudo.
A vitória de Bolsonaro representa
dias melhores para a vida intelectual e moral de nossa nação, todos os indícios
nos levam a crer nisso. Mas trata-se de uma vitória pontual e extremamente
limitada, embora não se deva negar sua grande importância para o momento atual.
É a vitória do Santo Rosário que nos
aproximará verdadeiramente do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma
vitória levada a efeito pelas Graças de Deus; Graças que devem ser atraídas por
uma vida espiritual mais intensa. Penitência, oração é o que Nossa Senhora
pediu inúmeras vezes. Jejum, esmola, oração é o lema da quaresma. Esse é o caminho
que devemos trilhar não só no período crucial que se aproxima, mas a vida
inteira.
Para que as coisas sejam colocadas
em seu devido lugar acrescento o seguinte: as carreatas para Bolsonaro; a
campanha estritamente política que é feita visando a sua vitória são ações que
me alegram, mas me alegro ainda mais com as campanhas de oração que são feitas
para que as Graças de Deus se derramem sobre o nosso país. Quando digo isso
apenas expresso o princípio defendido com unanimidade pelos grandes luminares
do catolicismo: a vida contemplativa está acima da vida ativa.
Devemos fazer campanha para o
Bolsonaro? Sim, devemos. Devemos rezar o Rosário para que ele vença? Sim,
devemos. Devemos rezar o Rosário para o comunismo seja afastado de nosso país? Sim,
devemos. E se alguém reza o Rosário pedindo pelo país de modo geral e,
portanto, sem atrelar necessariamente essa oração a uma vitória de Bolsonaro?
Quem procede dessa forma também realiza uma boa ação, pois Nossa Senhora saberá
nos conceder aquilo de que precisamos mesmo que não o expressemos
declaradamente. E se alguém apenas faz campanha para o Bolsonaro importando-se
pouco ou nada com questão da oração? Embora contribua para o bem do país age de
modo imperfeito, pois realiza algo meramente pontual e passageiro.
As campanhas que surgiram nos
últimos dias pedindo a oração pública ou privada do Rosário já nos indica uma
ação da Graça. Todas essas iniciativas devem ser apoiadas, e mais ainda:
deveriam se consolidar como uma prática rotineira em nosso país. Divulgo abaixo
uma dessas campanhas que foi iniciada pelo meu amigo André Renato Rinaldi.