Por Uma Intelectualidade Cristã!







sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O FIM DA ÚLTIMA AULA



             Por que esperar tanto o fim da última aula? A escola se esvazia rapidamente, todos se retiram com pressa. A escola é um ambiente péssimo! Quando a aula acaba à noite esse ambiente melhora, pois o barulho se vai, vão-se os gritos, vão-se a ignorância, a luxúria, a mediocridade... Resta o silêncio, as estrelas, a escuridão calma de uma noite que se livra de uma turba medonha. A última coisa que se presencia é a pressa, que parece ser a pressa de quem se livra do dever, a pressa de quem quer um descanso não plenamente merecido ou então outros prazeres. Por péssimo que seja o ambiente escolar ainda há nele deveres a serem cumpridos e ainda há a necessidade de se obedecer à certa disciplina, é talvez esse resquício de disciplina o que faz com que todos se apressem para abandoná-la quando chega o fim da última aula. Por incrível que pareça, a baderna horripilante do ambiente escolar não é o extravasamento total da mediocridade dos que o freqüentam, pois se pudessem ainda mais barulho fariam, a mais excessos se entregariam e ainda mais bestiais seriam.
            Sinto-me alegre quando termina a última aula, mas tento não me alegrar, tento me conter. Alegrar-me com isso seria um vício, uma ilusão que me aprisionaria numa espécie de ciclo de alegrias e tristezas sem o menor sentido. É sempre a mesma coisa: os que se alegram quando chega o fim do expediente quase sempre estão desanimados quando chega a segunda-feira; exultam na sexta, entristecem-se na segunda; exultam na saída, entristecem-se na entrada; suspiram a não mais poder pela aposentadoria; amam os feriados, as férias, os recessos, as aulas que se dissipam por alguma razão extraordinária ou de força maior, e assim por diante. Constato que também sou assim, infelizmente... Mas tento melhorar, pois vejo claramente que isso não é bom.
            Certamente o repouso é o sentido do trabalho, e faz parte da natureza humana trabalhar para então desfrutar dos resultados desse trabalho. Mas é insensatez ter como fim último um repouso que não é eterno. E, em geral, nesta vida o que mais propriamente nos conduz para o repouso eterno não é o descanso, mas o trabalho realizado por amor a Deus; não são as conversas amenas, mas as orações; não os banquetes, mas os jejuns; não as diversões e sim as dificuldades. O repouso e o lazer são lícitos, mas com certeza seriam menos amados e vividos de forma diferente se o principal fim visado fosse a glória de Deus e, consequentemente, a salvação das almas.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: ADUBO MALDITO


         A liberdade de expressão é um dogma da modernidade. Ele impõe que as ideias, pensamentos, teorias, manifestações artísticas, protestos, gestos podem ser expressos e propagados independentemente da sua correção moral e da sua veracidade. É o desprezo puro e simples das leis morais e da verdade; é a exaltação abjeta de uma falsa liberdade; é o desprezo ao Criador e a exaltação vergonhosa da criatura; é o desprezo ao dever e o amor desenfreado ao prazer; é falta de humildade e louvor do orgulho; falta de boa vontade; cegueira colossal.
            Esse dogma é utilizado para propagar todo tipo de perversão e, por fim, acaba por perseguir aquilo que é certo. Num primeiro momento parece permitir a manifestação de ideias boas e más; mas com o tempo, devido ao progresso do mal, que costuma crescer mais rápido, acaba por se revelar como uma terrível farsa: o belo, o verdadeiro, o justo, o puro passam a ser perseguidos e os seus contrários passam a ser exaltados como os únicos que possuem o direito de existir. O exemplo do Levi Fidelix prova isso claramente[1].
            Há um livro altamente recomendável para quem quiser se aprofundar neste assunto: “Do Liberalismo à Apostasia – A Tragédia Conciliar” escrito por Mons. Marcel Lefebvre, editora permanência. O capítulo XI trata da liberdade de imprensa e merece ser citado na íntegra:

CAPÍTULO XI – A LIBERDADE DE IMPRENSA

                                                                                                         Liberdade funesta e execrável,
                                                                                                     verdadeira opressão das massas.”
                                                                                                                                              Leão XIII

            Se o leitor continuar a ler os documentos papais, um após outro, verá que todos disseram o mesmo sobre as novas liberdades nascidas do liberalismo: a liberdade de consciência e de cultos, a liberdade de imprensa, a liberdade de ensino, são liberdades envenenadas, falsas liberdades: porque o erro é sempre mais fácil de difundir do que a verdade, o mal é mais fácil de ser propagado do que o bem. É mais fácil dizer às pessoas: “podem ter várias mulheres” do que dizer: “só podem ter uma durante toda suas vidas”; logo é mais fácil estabelecer o divórcio como um “contrapeso” ao casamento! Assim também, deixem indiferentemente se propagar na imprensa o certo e o errado e verão com certeza o errado ser favorecido às custas da verdade.
            Atualmente gostam de dizer que a verdade faz seu caminho somente com sua força intrínseca, e que para ela triunfar não necessita da proteção intempestiva e molesta do Estado e de suas leis. Se o estado favorece a verdade, grita-se logo à injustiça, como se a justiça consistisse em manter equilibrada a balança entre o verdadeiro e o falso, entre a virtude e o vício... Está errado! A primeira justiça é favorecer o acesso das inteligências à verdade e preservá-las do erro. É também a primeira caridade: “veritatem facientes in caritate”. Na caridade, façamos a verdade. O equilíbrio entre todas as opiniões, a tolerância de todos os comportamentos, o pluralismo moral ou religioso, são as características de uma sociedade em decomposição, que é a sociedade liberal procurada pela maçonaria. Ora, foi contra o estabelecimento de uma tal sociedade que os Papas que citamos reagiram sem cessar, afirmando o contrário, que o Estado, o Estado católico em primeiro lugar, não tem o direito de dar tais liberdades, como a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa ou a liberdade de ensino.


A Liberdade de Imprensa

            Leão XIII lembra ao Estado seu dever de temperar com justiça, ou seja, de acordo com as exigências da verdade, a liberdade de imprensa:

“Continuemos agora essas considerações sobre a liberdade de exprimir pela palavra ou na imprensa tudo o que se quer. Sem dúvida, se esta liberdade não é temperada pela boa medida, se ela ultrapassa os limites e a medida, uma tal liberdade, evidentemente, não é um direito, pois o direito é uma faculdade moral. E como nós já dissemos e devemos sempre repetir, seria absurdo pensar que esta faculdade pertence naturalmente e sem distinção nem discernimento à verdade e à mentira, ao bem e ao mal. A verdade, o bem, pode-se propagá-los no Estado com uma liberdade prudente para que um maior número seja beneficiado; mas as doutrinas falsa, peste mortal para as inteligências, os vícios que corrompem os corações e os costumes, é justo que a autoridade pública os reprima com diligência, para impedir que o mal se estenda e corrompa a sociedade.

E as maldades das mentes licenciosas que redundam em opressão da multidão ignorante não devem ser menos punidas pela autoridade das leis[2] que qualquer atentado da violência cometido contra os fracos. E essa repressão é tanto mais necessária quanto mais indefesa é a grande maioria da população, impossibilitada de se defender contra esses artifícios do estilo ou as sutilidades da dialética, principalmente quando tudo isto excita as paixões. Dê a todos a licença ilimitada de fala e escrever e nada mais será sagrado e inviolável, nada será poupado, nem mesmo estas verdades primeiras, estes princípios naturais que devemos considerar como um nobre patrimônio comum a toda a humanidade. A verdade é assim invadida pelas trevas e nós assistimos, como tantas vezes, o fácil estabelecimento e a plena dominação dos erros os mais perniciosos e os mais diversos.” (Libertas Praestantissimum, Leão XIII)

            Nós já vimos como o Papa Pio IX, antes de Leão XIII, estigmatizou a liberdade de imprensa no Syllabus (proposição 79). Já Gregório XVI o fizera na encíclica “Mirari Vos”:

“Aqui tem lugar aquela péssima e nunca suficientemente execrada e detestada liberdade de imprensa que alguns homens ousam, com tanto barulho e insistência, pedir e espalhar. Ficamos horrorizados, Veneráveis Irmãos, ao contemplar com que monstruosas doutrinas, ou melhor, de que monstruosos erros nos vemos cercados. Erros espalhados ao longe e em toda parte, por imensa quantidade de livros e folhetos, pequenos em seus volumes mas enormes em sua malícia, de onde corre essa maldição que cobre a face da terra e nos faz chorar. E por desgraça há quem levado a tal descaramento, afirme que esta avalanche de erros, nascida da liberdade de imprensa, seja plenamente compensada pela publicação de alguns livros escritos para defender, no meio desta tempestade de perversidade, a verdade da religião.”[3]

            E aí aparece, desmascarado pelo Pontífice, o pseudo-princípio liberal da “compensação”, que pretende que se deva compensar a verdade pelo erro e vice-versa. Como veremos, esta idéia é o primeiro princípio daqueles que se chamam “católicos liberais”, que não suportam a afirmação pura e simples da verdade e exigem que ela seja contestada imediatamente por opiniões opostas; e reciprocamente julgam que não há nada a censurar na livre difusão dos erros, contanto que a verdade possa se fazer ouvir pelo menos um pouco! É a constante utopia dos liberais ditos católicos, que voltaremos a tratar adiante.

            A liberdade de expressão é a negação dos direitos de Deus e a promulgação de um pseudo direito. A mera possibilidade de se fazer algo não configura um direito. Por exemplo: é possível roubar, mas não há o direito de roubar; dessa forma podemos concluir que o erro não possui direitos. Sendo assim, esses “artistas” não possuem o direito de produzir essas excrescências que ousam chamar “arte”.
            Muitos se opuseram por ocasião da exposição “queermuseu”, bem como da “performance artística” do homem nu que teve a participação de crianças. Em muitos casos essa oposição foi insuficiente e baseada numa premissa equivocada. Acabaram dessa forma prestando tributo à liberdade de expressão que é justamente o princípio que gerou tudo isso. Não há como apagar o fogo com gasolina, é preciso negar o princípio se quisermos evitar as conseqüências. Não adianta continuar defendendo a liberdade de expressão e querer que os resultados sejam diversos.
             Disseram, por exemplo, que se fosse para adulto não haveria problemas, que o erro estava em envolver crianças. Não! O erro está nessa “arte” em si e não apenas no modo como foi exibida. Explico: aquelas “obras de arte” são perversas em si mesmas e simplesmente não deveriam existir. Quando são expostas ao público adulto o erro se agrava e quando são expostas ao público infantil se agrava ainda mais. Muitos acreditam que o erro está apenas na exposição ao público infantil, ou seja, tomaram um agravante do erro como se este fosse o próprio erro. É como se alguém tivesse roubado a um adulto e a uma criança e alguém viesse dizer: “roubar adulto tudo bem, mas roubar criança já é demais!”
            Mesmo que se diga que o adulto foi porque quis e blá, blá, blá, ainda assim está errado, pois é evidente que pode haver erros nas ações voluntárias. Repito: esse tipo de obra não deveria existir, quem as criou está errado; quem as prestigia está errado; as autoridades que as permitem estão erradas; as leis que por ventura as permitem estão erradas também. E não me venham mais dizer que o erro foi apenas a exposição ao público infantil, pois essa ousadia diabólica de expor para as crianças é uma conseqüência lógica da permissão que se deu ao longo do tempo a essas obras perversas. O mal é uma árvore que cresce muito rápido, não é possível apenas podar os seus galhos, é preciso cortá-la pela raiz. A liberdade de expressão é um dos adubos dessa árvore que agora dá os seus frutos: blasfêmia, incentivo à pedofilia, incentivo á zoofilia, incentivo ao homossexualismo. Aí então alguns apenas querem proibir que as crianças comam tais frutos, enquanto acham lícito permitir que os adultos deles se fartem. Não! É preciso atacar a raiz. Esses frutos matam, e matam crianças e adultos, e embora matar crianças seja mais grave, devemos lembrar que os adultos também possuem almas e são eles que educam as crianças, portanto quem está realmente preocupado com as crianças devem defender que tais exposições são absolutamente perversas e simplesmente não deveriam existir.
Observação: Para escrever este texto não me valho da “liberdade de expressão” em seu sentido moderno, mas da liberdade que a verdade possui. A verdade está acima de nós e se eu disse algo de errado, desde já renuncio, pois como já disse o erro não possui direitos.


[1] É amplamente conhecido que o então candidato à presidência foi condenado a pagar multa por ter dito, entre outras coisas consideradas “homofóbicas”, que “aparelho excretor não reproduz”.
[2] O negrito está no próprio livro.
[3] Coloquei sublinhado para diferenciar o texto das encíclicas.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

O PODER QUE EMANA DO INFERNO É CONSTITUCIONAL



              A idéia de que o poder emana do povo é uma estultice, pois os acontecimentos da história humana são primeiramente guiados por forças que estão além das forças humanas. A história é regida em última instância por Deus, obviamente, mas nela também se desenrola um combate espiritual entre o bem e o mal, entre as forças das trevas e as forças da luz. Logo, as principais causas que regem a história são de origem espiritual: a Providência (que em tudo manda) e o demônio que busca frustrar os planos de Deus e, embora nunca se sobreponha à Providência e nada possa fazer que não seja permitido por ela, pode, no entanto, agir e de fato age na história.
                As decisões humanas também interferem na história, mas de modo secundário. Postular que o todo o poder emana do povo é um erro filosófico e um grande truque do demônio para tentar usurpar o poder de Deus. Uma sociedade que se entrega a essa mistificação entrega-se ao poder diabólico, pois deixar de cultuar a Deus para cultuar a si mesmo equivale a cultuar o inimigo de nossas almas. E o que é a tese democratista de que o poder emana do povo, senão um culto prestado a esse mesmo povo? Trata-se de um culto ao homem, do homem antropo-excêntrico como dizia Gustavo Corção.
            A Constituição Federal estabelece que: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição”, pelos frutos que vemos da sociedade estabelecida nesse erro, podemos vislumbrar quem são seus reais representantes. Não são certamente aqueles eleitos pelo voto, pois esses são secundários; são, de fato, aqueles que foram precipitados no inferno por ordem do Todo-Poderoso. Exercem mandato por tempo indeterminado, até que se reordene a sociedade ao Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
            Pobre sociedade! Querendo eleger a si mesma para guiar-se acaba caindo nas garras do maligno. Pobre homem, que querendo ser senhor de si mesmo, elege para si, como real senhor, o pior dos tiranos! Essa é a natureza das coisas. A autonomia das criaturas é limitada: no caso do homem, ele pode sim entregar-se a Deus, ele pode entregar-se ao demônio, mas não pode entregar-se a si mesmo; e quando procura a si mesmo entregar-se, sabemos a quem se entrega, com efeito o enganador disse: “Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal”; mas o Redentor disse: “Até o cabelo de vossas cabeças estão todos contados”. Cristo prega a dependência que nos conduz à verdadeira liberdade; o demônio prega a falsa liberdade que conduz à opressão do inferno.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A ORDEM DO MEU LAR

           Fora de minha casa encontro músicas imorais, mas não em minha casa; fora de minha casa o centro dos ambientes é uma televisão ou uma tela de computador, na minha casa o centro é o Sagrado Coração; fora de casa vejo muita indecência, imodéstia, obscenidades, mas em casa não vejo nada disso; neste caótico mundo exterior vejo muita irreverência e blasfêmia, dentro do meu lar ouço orações, vejo Deus ser amado acima de tudo (apesar de nossas fraquezas e limitações); fora de casa vejo a revolução, a desobediência, em minha casa vejo reinar a legítima autoridade.
            Estamos longe da perfeição que um Deus tão generoso merece, mas não posso deixar de testemunhar o que Deus fez em nossas vidas, pois ao descrever meu lar não quero louvar a nossa família, mas dar glória a Deus e ajudar na salvação das almas. Este lar que a Graça de Deus me concedeu é um oásis de ordem no meio do caos diabólico do mundo moderno; sinal de que Deus o sustenta, sinal da força divina, pequena embarcação que paira, defendida pelo Onipotente, acima de vagas gigantescas.
            Há muitos outros lares católicos que se esforçam para cumprir o que ordena a Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Rezemos a Deus, pela intercessão da Santíssima Virgem Imaculada, para que perseverem sendo luz nesse mundo tenebroso. Quantos aos outros lares rezemos para que se convertam.
            Sem Deus já teríamos naufragado, mas rezemos para que Deus nos preserve, nos mantenha na perseverança, na Fé, Esperança e Caridade, para sua maior Glória. Ave Maria!

domingo, 17 de setembro de 2017

ABJURAÇÃO DOS ERROS QUE PROFESSEI NO PASSADO, BEM COMO DOS ATOS ERRADOS QUE PRATIQUEI

        Gostaria de declarar publicamente que me arrependo de, em certos períodos de minha vida, ter professado ideias contrárias à Fé, principalmente o comunismo, o agnosticismo e o espiritismo. Arrependo-me também de tudo aquilo que fiz, disse, professei ou propaguei que contraria a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja de Deus, a única verdadeira.
      Declaro também que pretendo servir à Igreja e não me afastar nunca mais dos seus ensinamentos; quero amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a mim mesmo por amor a Deus; consagro-me à Nossa Senhora peço a Deus que me conduza ao Paraíso.

     A seguir gostaria de fazer uma protestação (com pequenas adaptações minhas) contida no livro Filoteia de São Francisco de Sales, parte 1 capítulo 20:

     Eu, Welder Walmor Ayala, muito indigna criatura de Deus, faço a protestação seguinte na presença de Sua Divina Majestade e de toda a corte celeste:
     Depois de ter considerado bem a imensa bondade de Deus, que me criou, que me conserva e sustenta; que me livrou de tantos males e concedeu tantos benefícios; depois de ter meditado a sua infinita misericórdia, que com tanta brandura tolerou meus pecados, que me chamou a si tantas vezes, por inspirações tão doces e frequentes, que com tanta longanimidade esperou a minha conversão, apesar das muitas oposições que tenho feito, por minha ingratidão, infidelidade, retardação da penitência e desprezo de suas graças; depois de ter considerado bem a profanação, que fiz tão repetidas vezes de minha alma e das graças que recebi no santo batismo, onde me devotei e consagrei a Deus, pelas promessas que então fizeram por mim; enfim, entrando em mim mesmo e com o espírito e coração consternado, perante Deus, eu me reconheço e confesso culpado e inteiramente convencido do crime que cometi, de lesa-majestade divina e da morte de Jesus, que só suspirou na cruz por causa dos meus pecados; deste modo eu confesso que justamente mereci as penas eternas.
      Mas, depois de ter detestado os meus pecados de todo o meu coração, eu me volto hoje para o trono do Pai das misericórdias, dizendo: Perdão, meu Deus, perdão. Eu vos suplico a remissão inteira dos meus pecados, em nome de Jesus Cristo, vosso Filho, que morreu na cruz para me salvar. Pondo nele toda a minha esperança, eu renovo hoje, ó meu Deus, a profissão de fidelidade que vos prometi no batismo. Agora, como então, eu renuncio ao demônio, ao mundo e à carne, e detesto para o resto de meus dias todas as suas obras, com suas pompas e concupiscências, comprometendo-me a vos servir e amar durante a minha vida, ó meu Deus, infinitamente bom e misericordioso. Sim, meu Deus, com esta intenção eu vos consagro a minha alma com todas as suas potências, o meu coração com todos os seus afetos, o meu corpo com todos os seus sentidos, protestando firmemente que não me quero servir de nada daquilo que tenho, contra a vontade de vossa divina majestade, e entregando-me com toda a submissão que vos deve uma criatura fiel. Mas - ah! - se por malícia humana eu for algum dia infiel às vossas graças e às minhas boas resoluções, eu protesto que nada negligenciarei, com a graça do Espírito Santo, para levantar-me imediatamente de minha queda.
     Eis aí a minha resolução inabalável e a minha intenção para sempre irrevogável, sem reservas ou exceções de qualidade alguma. Faço esta protestação na divina presença de meu Deus, em vista da Igreja Triunfante e em face da Igreja Militante, minha mãe. Dignai-vos, ó Deus eterno de bondade e misericórdia infinita, Pai, Filho e Espírito Santo, receber em odor de suavidade este sacrifício, que vos faço, de tudo o que sou; e, como me destes a graça de vo-lo oferecer, dai-me também as graças necessárias para cumprir fielmente as suas obrigações. Ó meu Deus, vós sois meu Deus, o Deus de meu coração, o Deus de meu espírito, o Deus de toda a minha alma; eu vos adoro e vos amo e por toda a eternidade vos quero adorar e amar. Viva Jesus! Viva Cristo Rei! Salve Maria!

Assinado: Welder Walmor Ayala





 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

FILIE-SE AO PARTIDO SINISTRO



     Se você está cansado de tanta opressão.
     Se você está cansado de tanta discriminação.
     Se você está cansado de tanta desigualdade.
     Se você está cansado de trabalhar.
     Se você está cansado de ser reprovado por ser maconheiro.
     Se você está cansado de ser contrariado pela realidade.
     Se você está cansado de ser obrigado a admitir que dois mais dois são quatro.
     Filie-se ao partido sinistro.               
     Você fuma maconha? Parabéns! É de pessoas como você que nós precisamos, pois mostra que você não está amarrado por essa moral criada pelos porcos capitalistas.
     Você gosta de quebrar as coisas? Ótimo! É de pessoas como você que nós precisamos, pois mostra que você não tem a mentalidade reacionária de querer as coisas inteiras.
     Você gosta das coisas podres? Muito bem! Isso mostra o quanto você detesta o conservadorismo. Também nós do partido sinistro não conservamos nada, gostamos de tudo podre.
      Uma onda conservadora nazi-fasci-reacio-nazista tem tomado conta do nosso país. Precisamos lutar contra essa onda, pois muitos desses já defendem que o casamento entre uma zebra e um orangotango não constitui uma modalidade familiar, se continuar assim voltaremos ao tempo em que não era permitido às antas serem presidentas.
     Não vamos deixar isso acontecer, não vamos voltar à idade das trevas onde não podíamos sequer defender a morte dos capitalistas. A elite branca quer nos tirar esse direito. Não podemos abrir mão das conquistas que obtivemos. A ultra-hiper-mega-extrema direita não deterá nossa marcha rumo a uma sociedade onde todos os seres sejam considerados cidadãos cosmopolitas de uma única e grande pátria. Falando nisso deixo no ar uma pergunta: Por que os fungos não podem votar? E termino com essa magnífica e indubitável resposta: devido à opressão histórica sofrida pelos fungos na mesma época em que as lulas não podiam ser presidentas. Foi a lula que abriu o espaço para que esse preconceito pudesse ser superado. Agora a anta que venceu democraticamente as eleições tem avançado para avançar rumo a um mundo ser fungofobia. Venha para o partido sinistro! Fungofóbicos, lulofóbicos e antofóbicos não passarão.